domingo, 12 de junho de 2016

Bélgica e os atentados terroristas

Os atentados em Bruxelas teve seu ápice depois do atentado 13 de novembro em Paris. O líder

era o Salah Abdeslam que arquitetava todos os atentados na Bélgica e em Paris. Abdeslam

morava um bairro Molenbeek onde tem forte presença árabe.

As autoridades belgas, descobriram que a capital da Europa era alvo terrorista quando em

maio de 2014 houve um atentado no país, no Museu Judaico (primeiro alarme), com isso

houve reforço da segurança em locais estratégicos, Após esse primeiro alarme houveram

outros diversos ataques, que atingiram os dois núcleos mais vigiados da capital Belga. Dentre

os ataques estão aqueles que ocorreram em duas estações de metrô na zona central:

Maelbeek( que sofreu uma explosão) e em Schuman.Investigações mostraram que grande

parte dos ataques foram tramados em Bruxelas, orquestrados por jovens europeu de origem

mulçumana.

O problema do Islã radical da Bélgica teve início nos anos 1960, quando as autoridades belgas

incentivaram a migração em massa da Turquia e do Marrocos como fonte de mão de obra

barata. Posteriormente eles foram seguidos por migrantes do Egito e da Líbia..Ao passo que

muitos muçulmanos belgas estão integrados na sociedade belga, outros tantos não se

adaptaram.Um número cada vez maior de muçulmanos belgas reside nas periferias, em guetos

isolados onde a miséria, desemprego e a criminalidade caminham a passos largos. Em

Molenbeek, a taxa de desemprego gira em torno de 40%. Imãs radicais passam pentes finos,

de forma agressiva, à procura de jovens com poucos recursos para arregimentá-los a travarem

a jihad contra o Ocidente.

Uma forte corente do pensamento radical está se espalhando o Salafismo ,um dos seus ideias

são : rejeita os princípios democráticos de separação do estado da religião, soberania popular,

liberdade religiosa e sexual, igualdade de gênero e o direito fundamental da integridade

física".Muito embora os salafistas constituam apenas uma pequena fração do crescimento

acelerado da comunidade muçulmana na Europa, as autoridades estão cada vez mais

temerosas de que muitos daqueles que são atraídos sejam jovens muçulmanos, facilmente

impressionáveis, abertos a chamamentos para desfecharem atos violentos em nome do Islã.

Um Estado artificial

Bélgica, alojada entre a França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda, foi estabelecida em 1830

para servir como estado tampão entre os rivais geopolíticos, França e Alemanha. O papel da

Bélgica como estado tampão terminou, para todos os efeitos, após o fim da Segunda Guerra

Mundial .Com o passar do tempo, Bruxelas emergiu como a capital, de fato, da União

Europeia.

O país opera na base do separatismo linguístico, que infecta tudo, das bibliotecas públicas ao

governo local e regional, sistema educacional, partidos políticos, televisão nacional, jornais e

até times de futebol. Não há uma narrativa nacional na Bélgica.

Esse separatismo ocorreu pela separação de duas regiões na Bélgica : Flandres e Valonia ,

duas grandes regiões, com laços e divisões históricas, além da barreira do idioma e de um

abismo econômico atual. Por isso foi dito que o separatismo belga possui um forte

componente belga. Existe o pensamento, em Flandres, de que eles “carregam a Valônia nas

costas”, e isso seria injusto, ou até um demonstrativo da superioridade flamenga, que

justificaria a separação. Por parte dos valões, o movimento de separação possui elementos

mais culturais, como o idioma francês e a cultura regional; além de um histórico de

preconceito sofrido pelos habitantes, desde os tempos da monarquia dos Países Baixos.

Nas mais recentes eleições parlamentares na Bélgica, a Nova Aliança Flamenga, sob o

comando de Bart De Wever, se tornou a maior força política da região de Flandres. De Wever

está convencido de que o Estado belga está, de um jeito ou~de outro, fadado ao

desaparecimento e almeja iniciar negociações para a independência de Flandres.

O separatismo flamengo é um caso à parte. A Bélgica é composta por essa região, cujo idioma

é o holandês; pela Valônia, que é de idioma francês e inclui uma comunidade de língua alemã;

e por Bruxelas, oficialmente bilíngue.

Com a secessão de Flandres, a Bélgica perderia mais da metade de sua população e de seu

poder econômico. Não sobraria muito do país. Um ponto controverso, nesse caso, é o papel de

Bruxelas, sede da União Europeia e da Otan. Também é incerto o que poderia acontecer com a

Valônia. Já houve rumores de que a região poderia aderir à França, Luxemburgo ou até à

Alemanha. Apesar de tudo, os belgas conseguiram até hoje manter sua unidade intacta.

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