segunda-feira, 13 de junho de 2016

Haiti

- Historia do país:
O Haiti faz parte de uma ilha pertencente ao mar do caribe, que em 1492 foi invadida por Cristóvão Colombo junto com seu exercito espanhol, massacrando a população nativa, que não tinha tecnologia de guerra para combatê-los. Após dominá-la, deu-se o nome de Ilha de Hispaniola.
Mais tarde, por motivos políticos, a ela foi dividida com a França, e cada país ficou com um lado da ilha. A parte pertencente à Espanha ficou chamada de Republica Dominicana, e a da França de Haiti.
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A partir disso, o Haiti passou a ser a mais importante colônia francesa, devido a grande produção de açúcar, cacau e café. Porem essa economia era baseado no trabalho escravo, principalmente africanos, sendo que a maioria da população era escravizada, e uma minoria era proprietária dos meios de produção. Cada vez mais essa minoria dominante ficava mais rica, e os pobres ficavam mais pobres.
-Começo dos conflitos:
Até o final do século XVIII o Haiti foi brutalmente explorado, tanto na parte de recursos quanto a própria população. Mas foi em 1794 quando diversos escravos, incentivados pela revolução francesa, pararam de trabalhar e se rebelaram violentamente, dominando diversas cidades. Com isso, foi abolida a escravidão no Haiti.
Foi em 1801 quando o ex-escravo Toussaint Louverture se tornou governador geral do Haiti. Contudo não permaneceu muito tempo no poder, pois a França enviou tropas militares que acabou matando-o. Após o ocorrido, os soldados franceses tiveram que lutar por mais dois anos contra a população que ainda se revoltava, quando em 1803 outro líder, Jean Jacques Dessalines, organizou outro exercito popular, que derrotou os franceses. Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, o Haiti declarou independência.
Por um lado a independência foi boa para os Haitianos, mas por outro foi péssima. Isso porque a partir desse acontecimento o país rompeu inúmeras relações comerciais, além de arcar com o bloqueio continental promovido pela Europa e pelos Estados Unidos.
-Invasão Americana:
Não bastasse a crise econômica que o país ainda estava passando, em meio a Primeira Guerra Mundial, 1915, os EUA invadem o país com a justificativa de proteger os seus interesses, dominam a região por 19 anos. Durante esse tempo práticas escravocratas voltam a surgir no país, como leis que obrigavam o trabalho forçado em construções públicas.
Foi em 1957 quando os haitianos tiveram uma esperança em sair desse modo de vida. Nesse ano o medico, negro, François Duvalier se tornou presidente (com ajuda dos americanos, que tinham medo que os ideais comunistas de Cuba atraíssem o Haiti para a União Soviética). Porem, pouco tempo depois ele instaurou uma ditadura.
Papa Doc (como o ditador era conhecido) colocou nas ruas uma milícia armada, em que os soldados eram chamados de “bicho papão” de tamanho terror que causaram. Perseguições e torturas fizeram com que aproximadamente 30 mil pessoas morressem e 15 mil desaparecidas. Em 1971, com a morte do ditador, seu filho Jean-Claude Duvalier (Baby Doc) assume o poder.
O a forma de governar se assemelhou muito com a de seu pai, de corrupções e perseguições, que agravou ainda mais a insatisfação na população haitiana. Em 1986, de tantas revoltas a população conseguiu derrotar o regime ditatorial, com o Baby Doc fugindo para a França.
-Pós-regime ditatorial:
Até 1990 o país foi governado pelos militares, até que nesse mesmo ano foi eleito presidente o padre Jean-Bertrand Aristide. No ano seguinte, novamente, o pais cai num golpe e Aristide é deposto. Porem ele volta em 1994 e governa, com reeleições até em 2004, com o país afundado em crise.
Devido a um imenso desmatamento que estava acontecendo, para a produção e venda de carvão, o Haiti ficou com um solo devastado. Além disso, alguns ex-soldados da ditadura estavam organizando revoltas, intensificando ainda mais os conflitos.
Foi então, que em 2004 a ONU envia uma missão de paz para o Haiti, com o intuito de acabar com os conflitos e manter as relações politicas justas, promovendo uma segurança maior para a população.
Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti
A Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti foi uma missão criada pelo conselho de segurança das nações unidas que visava estabilizar o país, pacificar e desarmar grupos guerrilheiros e rebeldes, promover eleições livres e informadas, fornecer alimentos para os haitianos e formar o desenvolvimento institucional e econômico do Haiti.
Essa missão apaziguadora foi comandada pelo brasileiro Heleno Ribeiro Pereira um general de divisão das forças armadas, que enviou tropas militares para integrar e pacificar o país desde 2004, além de fornecer alimentos. Para demonstrar a boa vontade do Brasil, o presidente Luiz Inácio da Silva Lula decide junto com o apoio da FIFA realizar uma partida de futebol entre as duas seleções. Ela ficou conhecida como o Jogo da Paz. Desde então o Brasil ficou encarregado de participar nas pacificações de bairros violentos.
Quando o país via uma esperança de revitalizar os problemas, em 2010 ocorre um terremoto de aproximadamente 7,3 na escala Richter. É assustador o número de vítimas, o desastre deixou mais de 200 mil mortos e 250 mil feridos, além de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. Esse terremoto além dos haitianos matou 18 militares em missão no Haiti e após o ocorrido o Brasil foi um dos países que mais ajudou o Haiti enviando além de ajuda humanitária (como doações de alimentos), ajuda econômica, sendo o Brasil o primeiro país a enviar ajuda financeira ao Fundo de Reconstrução do Haiti com um montante de 5,5 milhões de dólares.
Em 2014, 10 anos após o começo da missão, o povo haitiano demonstra insatisfação diante do longo tempo de ocupação das tropas da ONU. Em setembro de 2011 e em maio de 2013 o senado haitiano aprovou que pudesse ocorrer o fim da missão de paz, porém a ONU preferiu manter as tropas por lá até esse ano de 2016. "Quando um país mantém tropas em outro, sem que este o queira, estamos diante de uma ocupação. Não existe outra maneira de chamar" essas foram as palavras do senador do Haiti Jean Charles Moise em sua visita ao Brasil em 2014, também completou dizendo para os brasileiros que substituíssem seus tanques de guerra por tratores agrícolas no Haiti.
A missão tem sido muito criticada no país com acusações de que ela só favorece a repressão e a corrupção no Haiti, além de promover a volta da cólera no país que havia sido extinguida no século 19 e voltou em 2010 por conta de soldados senegaleses que defecaram no rio Artibonite e infectaram boa parte da população e a ONU disse que não iria indenizar as vítimas. Em 2010 também ocorreram manifestações, que foram muito reprimidas pelos soldados em missão, contra a acusação de compra de votos nas eleições presidenciais. Esses são alguns motivos para que a população haitiana não queira mais a missão de estabilização.
A ONU prevê que em outubro de 2016 essa ocupação já acabe e que já haja um presidente haitiano exercendo mandato no país. Esses planos só mudarão caso alguma catástrofe ou algo muito ruim aconteça no país.


A imigração haitiana no Brasil
A imigração Haiti Brasil começou após 2010, principalmente pelo abalo sísmico ocorrido e pelo grande numero de desabrigados do país após este. Esse fluxo migratório veio crescendo desde 2010 até que hoje ele é praticamente permanente. Porém dados de uma pesquisa feita pelo Instituto de Migrações e Direitos Humanos levam a conclusão de que mesmo com todo apoio de civis a falta de instrumentos legais para a imigração leva esta a uma desorganização enorme que traz desafios a sociedade brasileira para a resolução de problemas com esses imigrantes.
A pesquisa também constatou qual o perfil desses imigrantes vendo, por exemplo, como é a viagem para cá, a diferença de numero entre gêneros, quais habilidades os imigrantes apresentavam, etc. Por fim a conclusão desta é de que a maioria desses imigrantes são homens que praticamente tem apenas ensino fundamental completo e que raramente sabem falar português. Quando vêm para cá e acabam indo trabalhar em setores como de agricultura, construção civil e no comércio.
Alguns dados importantes de pesquisa:
  • 79% dos imigrantes são homens e 21% são mulheres.
  • 85,2% são haitianos; 14,3% são senegaleses; 0,5% são dominicanos.
  • Sobre a escolaridade 31% não terminou o ensino fundamental; 14% tem ensino fundamental completo; 22% tem ensino médio incompleto; 19% tem ensino médio completo; 1% começou e não terminou ensino superior; 2% tem ensino superior completo; 4% são analfabetos e 3% não responderam a pergunta.
A pesquisa completa é encontrada no site http://www.migrante.org.br/migrante/index.php?option=com_content&view=article&id=252:projeto-estudos-sobre-a-migracao-haitiana-ao-brasil-e-dialogo-bilateral&catid=89&Itemid=435.

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