domingo, 12 de junho de 2016

O Estado Islâmico

O estado islâmico é um grupo terrorista sunita e jihadista localizado entre síria

e Iraque. Estabeleceram em 2014 um califado na região tendo como seu

representante político e religioso Abu Bakr al-Bagdadi, Iraquiano misterioso que

passou a ser reconhecido como sucessor de Maomé para seu povo. Para

melhor entender o recente estabelecimento do califado entre Síria e Iraque é

preciso compreender noções básicas sobre o Islã. O Islamismo é uma religião

monoteísta fundada com base nos ensinamentos de Mohammed e é a que

mais cresce no mundo atualmente. Em torno de 600 d.C., o profeta Maomé,

considerado o último dos grandes profetas recebeu uma mensagem de Deus

enviada por meio do anjo Gabriel contida no livro Alcorão. Suas principais

características são a submissão a Alá e suas regras, crendo Nele e em seu

profeta Maomé; realizar cinco orações ao dia; ser generoso com os pobres e

dar esmolas; obedecer ao jejum religioso no mês do Ramadã e ir em

peregrinação à Meca ao menos uma vez a vida. Após a morte de Maomé, em

632, seus seguidores concordaram com a criação do califado, que significa

sucessão em árabe, para a composição de um novo governo. O califa sucede o

profeta como chefe da nação e líder da 'umma', comunidade de muçulmanos,

ou seja, ele possui poder político e religioso ao mesmo tempo, o que mostra a

forte ligação entre esses poderes na religião islâmica, ocorre, por exemplo, a

extrema influencia religiosa no governo, com a utilização principalmente do

Alcorão como base das leis.

Outra característica marcante do islamismo é a divisão em duas vertentes

principais: xiita e sunita. O sunismo, caso do estado islâmico, é adotado por

aproximadamente 90% da população mundial islâmica, são conhecidos como

menos conservadores em relação à interpretação do alcorão, segundo eles o

kalifa tem que ser alguém que representa a população sunita em geral. Já os

xiitas são aproximadamente 10% da população muçulmana no mundo, são

conhecidos por possuir uma postura extremamente mais rigorosa em relação à

interpretação do alcorão, sendo assim um grupo muito mais conservador. Para

eles o kalifa deve ser diretamente da linhagem de Maomé, sendo esse o mais

importante critério para a escolha do líder.

O Estado Islâmico primeiramente surgiu como um braço da conhecida

organização terrorista Al-Qaeda, ou seja, um grande número de adeptos desse

grupo e de outros menores localizavam-se entre Síria e Iraque, passaram

então a seguir regras próprias e acabaram separando-se da Al-Qaeda,

formando portanto o estado islâmico, grupo que apresentou uma forma muito

mais violenta e radical que a Al-Qaeda propriamente dita. O grupo compôs um

califado em 2014 na região e lá habita até hoje, constantemente em conflito

com o governo dos países afetados pelos seus atentados.

Além da religião, também é necessário explicar o que são muçulmanos

jihadistas. Para os ocidentais o termo designa os islâmicos violentos (radicais).

A interpretação do Alcorão, no entanto, é muito diferente, podendo ser

interpretada tanto como uma luta interna do indivíduo consigo mesmo pela sua

alma ou ainda o esforço para a propagação de sua fé, podendo utilizar a luta

contra os infiéis como exemplo (generalização recorrente na mídia).

Quando um local é dominado pelo Estado Islâmico todas as pessoas são

forçadas a se converterem ao Islã. Primeiramente é colocada sua bandeira no

topo do edifício mais alto, logo depois ocorre uma espécie de assistencialismo

para os habitantes do lugar, como por exemplo, projetos sociais e a

recuperação da área onde ocorreu o conflito, visando a obtenção da confiança

da população local. Por fim, são entregues pen-drives para as pessoas se

informarem mais sobre a religião contendo canções, sua história, o que devem

fazer etc.. Se alguém recusar a conversão, ocorrerão desde torturas e

mutilações até a própria execução do indivíduo.

A diversidade cultural presente Oriente Médio pode ser percebida por meio dos

assassinatos de xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos e

mandeanos, entre outros povos pelos quais o EI possui ódio devido às rixas

históricas. Destaca-se também o conflito com os curdos ao norte do Iraque.

A origem da ideologia seguida pelo I.S.I.S. tem seu início com a queda do

Império Turco Otomano durante a primeira guerra mundial. A derrota do

Império Turco Otomano possibilitou a formação das fronteiras dos países Síria

(sobre influência da França), Iraque e Palestina (ambos influenciados pela

Inglaterra), Líbano, Irã e a Arábia Saudita. No início esses países passaram por

instabilidades políticas, pois haviam muitos golpes de estados provocados por

facções religiosas. Só durante a guerra fria, com apoio das superpotências

Estados Unidos e URSS, que a política desses países se estabilizaram com a

implementação da ditadura.

Um egípcio chamado Sayyid Qutb (1906-1966), era um forte opositor das

ditaduras implantadas pois segundo ele essas ditaduras eram muito

nacionalistas e não religiosas, e isso para Sayyid era um pecado e tornava

essa forma de governo não legítima.

Sayyid cria e escreve um livro, em 1964, chamado ‘’Os Marcos’’ e nele ele

expõe o seu pensamento político. Esse livro é um manifesto em favor do islã

como um guia da humanidade. No livro Sayyid aponta a época de Maomé e a

dos quatro califas (Abu Bark, Umar, Uthman, Ali) como a ‘’Era de Ouro’’, pois

foi o momento de maior expansão do islã em poucas décadas. Sayyid conta

em seu livro que essa época deve ser retomada. Os ideias apresentados no

livro são: Os muçulmanos não devem ser divididos em países, pois o que

importa é o islã; O islã é o caminho da verdade e da liberdade; O local de ação

do islã é toda a humanidade; É dever dos islâmicos espalharem o islã, mesmo

que precise usar a força ou a intimidação para isso acontecer. Então, para

Sayyid só chegaria a Era de Ouro quando todo o mundo vivesse sobre os

valores tradicionais do islã, sem que haja oposição.

Essa ideologia, foi adotada e seguida por diversas organizações terroristas,

como: Irmandade Muçulmana (Egito), Hamas (Gaza), Hezbollah (Líbano), Boko

Haram (Nigéria) e principalmente a Al-Qaeda. Não só organizações foram

amigáveis em relação as ideias políticas de Sayyid, mas também dois países, a

Arábia Saudita (sunita) e o Irã (xiitas), e cada um desses países apoia

organizações terroristas, a Arábia Saudita apoia a Al-Qaeda e o Irã o Hezbollah

e o Hamas.

Como citado anteriormente, o Estado Islâmico do Iraque foi criado com a união

de diferentes grupos armados, entre eles a Al-Qaeda, e dessa forma seguindo

os ideais utópicos de Sayyid al-Qutb Ibrahim.

TRABALHO REALIZADO POR:

Gabriel Ando

Thiago Sartori Rodi

Willian Viera

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