O estado islâmico é um grupo terrorista sunita e jihadista localizado entre síria
e Iraque. Estabeleceram em 2014 um califado na região tendo como seu
representante político e religioso Abu Bakr al-Bagdadi, Iraquiano misterioso que
passou a ser reconhecido como sucessor de Maomé para seu povo. Para
melhor entender o recente estabelecimento do califado entre Síria e Iraque é
preciso compreender noções básicas sobre o Islã. O Islamismo é uma religião
monoteísta fundada com base nos ensinamentos de Mohammed e é a que
mais cresce no mundo atualmente. Em torno de 600 d.C., o profeta Maomé,
considerado o último dos grandes profetas recebeu uma mensagem de Deus
enviada por meio do anjo Gabriel contida no livro Alcorão. Suas principais
características são a submissão a Alá e suas regras, crendo Nele e em seu
profeta Maomé; realizar cinco orações ao dia; ser generoso com os pobres e
dar esmolas; obedecer ao jejum religioso no mês do Ramadã e ir em
peregrinação à Meca ao menos uma vez a vida. Após a morte de Maomé, em
632, seus seguidores concordaram com a criação do califado, que significa
sucessão em árabe, para a composição de um novo governo. O califa sucede o
profeta como chefe da nação e líder da 'umma', comunidade de muçulmanos,
ou seja, ele possui poder político e religioso ao mesmo tempo, o que mostra a
forte ligação entre esses poderes na religião islâmica, ocorre, por exemplo, a
extrema influencia religiosa no governo, com a utilização principalmente do
Alcorão como base das leis.
Outra característica marcante do islamismo é a divisão em duas vertentes
principais: xiita e sunita. O sunismo, caso do estado islâmico, é adotado por
aproximadamente 90% da população mundial islâmica, são conhecidos como
menos conservadores em relação à interpretação do alcorão, segundo eles o
kalifa tem que ser alguém que representa a população sunita em geral. Já os
xiitas são aproximadamente 10% da população muçulmana no mundo, são
conhecidos por possuir uma postura extremamente mais rigorosa em relação à
interpretação do alcorão, sendo assim um grupo muito mais conservador. Para
eles o kalifa deve ser diretamente da linhagem de Maomé, sendo esse o mais
importante critério para a escolha do líder.
O Estado Islâmico primeiramente surgiu como um braço da conhecida
organização terrorista Al-Qaeda, ou seja, um grande número de adeptos desse
grupo e de outros menores localizavam-se entre Síria e Iraque, passaram
então a seguir regras próprias e acabaram separando-se da Al-Qaeda,
formando portanto o estado islâmico, grupo que apresentou uma forma muito
mais violenta e radical que a Al-Qaeda propriamente dita. O grupo compôs um
califado em 2014 na região e lá habita até hoje, constantemente em conflito
com o governo dos países afetados pelos seus atentados.
Além da religião, também é necessário explicar o que são muçulmanos
jihadistas. Para os ocidentais o termo designa os islâmicos violentos (radicais).
A interpretação do Alcorão, no entanto, é muito diferente, podendo ser
interpretada tanto como uma luta interna do indivíduo consigo mesmo pela sua
alma ou ainda o esforço para a propagação de sua fé, podendo utilizar a luta
contra os infiéis como exemplo (generalização recorrente na mídia).
Quando um local é dominado pelo Estado Islâmico todas as pessoas são
forçadas a se converterem ao Islã. Primeiramente é colocada sua bandeira no
topo do edifício mais alto, logo depois ocorre uma espécie de assistencialismo
para os habitantes do lugar, como por exemplo, projetos sociais e a
recuperação da área onde ocorreu o conflito, visando a obtenção da confiança
da população local. Por fim, são entregues pen-drives para as pessoas se
informarem mais sobre a religião contendo canções, sua história, o que devem
fazer etc.. Se alguém recusar a conversão, ocorrerão desde torturas e
mutilações até a própria execução do indivíduo.
A diversidade cultural presente Oriente Médio pode ser percebida por meio dos
assassinatos de xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos e
mandeanos, entre outros povos pelos quais o EI possui ódio devido às rixas
históricas. Destaca-se também o conflito com os curdos ao norte do Iraque.
A origem da ideologia seguida pelo I.S.I.S. tem seu início com a queda do
Império Turco Otomano durante a primeira guerra mundial. A derrota do
Império Turco Otomano possibilitou a formação das fronteiras dos países Síria
(sobre influência da França), Iraque e Palestina (ambos influenciados pela
Inglaterra), Líbano, Irã e a Arábia Saudita. No início esses países passaram por
instabilidades políticas, pois haviam muitos golpes de estados provocados por
facções religiosas. Só durante a guerra fria, com apoio das superpotências
Estados Unidos e URSS, que a política desses países se estabilizaram com a
implementação da ditadura.
Um egípcio chamado Sayyid Qutb (1906-1966), era um forte opositor das
ditaduras implantadas pois segundo ele essas ditaduras eram muito
nacionalistas e não religiosas, e isso para Sayyid era um pecado e tornava
essa forma de governo não legítima.
Sayyid cria e escreve um livro, em 1964, chamado ‘’Os Marcos’’ e nele ele
expõe o seu pensamento político. Esse livro é um manifesto em favor do islã
como um guia da humanidade. No livro Sayyid aponta a época de Maomé e a
dos quatro califas (Abu Bark, Umar, Uthman, Ali) como a ‘’Era de Ouro’’, pois
foi o momento de maior expansão do islã em poucas décadas. Sayyid conta
em seu livro que essa época deve ser retomada. Os ideias apresentados no
livro são: Os muçulmanos não devem ser divididos em países, pois o que
importa é o islã; O islã é o caminho da verdade e da liberdade; O local de ação
do islã é toda a humanidade; É dever dos islâmicos espalharem o islã, mesmo
que precise usar a força ou a intimidação para isso acontecer. Então, para
Sayyid só chegaria a Era de Ouro quando todo o mundo vivesse sobre os
valores tradicionais do islã, sem que haja oposição.
Essa ideologia, foi adotada e seguida por diversas organizações terroristas,
como: Irmandade Muçulmana (Egito), Hamas (Gaza), Hezbollah (Líbano), Boko
Haram (Nigéria) e principalmente a Al-Qaeda. Não só organizações foram
amigáveis em relação as ideias políticas de Sayyid, mas também dois países, a
Arábia Saudita (sunita) e o Irã (xiitas), e cada um desses países apoia
organizações terroristas, a Arábia Saudita apoia a Al-Qaeda e o Irã o Hezbollah
e o Hamas.
Como citado anteriormente, o Estado Islâmico do Iraque foi criado com a união
de diferentes grupos armados, entre eles a Al-Qaeda, e dessa forma seguindo
os ideais utópicos de Sayyid al-Qutb Ibrahim.
TRABALHO REALIZADO POR:
Gabriel Ando
Thiago Sartori Rodi
Willian Viera
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