A Nigéria, país mais populoso da África, com cerca de 173 milhões de
habitantes, pode ser caracterizado por sua grande diversidade cultural. A partilha da
África, no século XIX, acabou agrupando centenas de grupos étnicos no mesmo
território, o que gerou diversos conflitos ideológicos, religiosos e políticos. No sul da
Nigéria, onde há grande concentração de petróleo, predomina o cristianismo e no
norte tem-se influência do islamismo.
O grupo Boko Haram (“boko” educação ocidental e “haram” proibida) foi criado
no ano de 2002, por Mohammed Yusuf na cidade de Maiduguri (norte da Nigéria).
Inicialmente o grupo era considerado apenas um complexo religioso, formado por uma
mesquita e uma escola islâmica, seu principal objetivo era a propagação do jihadismo
naquela região e, assim, a criação de um estado islâmico.
A partir do ano de 2009, que foi marcado pela morte de Mohammed Yusuf, o
grupo intensificou o radicalismo em suas ações, liderado por Abubakar Shekau. Com
maior atuação ao norte da Nigéria, o grupo vem avançando e conquistando cada vez
mais territórios pelo país. Já foram inúmeros os atentados cometidos pelo Boko
Haram, tanto no território nigeriano quanto em alguns países vizinhos como Chade,
Camarões e Níger. Entre eles está, principalmente, sequestros e estupros de mulheres
e crianças.
A ação do grupo que mais atraiu a atenção internacional foi o sequestro de
cerca de 200 meninas em abril de 2014. As vítimas eram alunas de uma escola em
Chibok e tinham entre 16 e 18 anos de idade. 57 meninas conseguiram escapar, mas
219 continuam desaparecidas e mantidas como escravas sexuais. O caso gerou
manifestações por todo o mundo e conseguiu cobertura da imprensa após ser lançada
a campanha “Bring Back Our Girls” (Traga de Volta Nossas Meninas).
Os Estados Unidos começaram a apoiar o governo da Nigéria e enviaram 300
soldados para ajudar na luta contra o Boko Haram. As tropas não podem combater
diretamente os integrantes do grupo terrorista, mas se dedicam a operações de
vigilância e reconhecimento da região.
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