domingo, 12 de junho de 2016

China e Taiwan

Para que se entenda o conflito entre Taiwan e China é necessário voltar no final do século XIX, e compreender o contexto do imperialismo. O Japão que crescia cada vez mais e avigorava o seu potencial desenvolvimento, se interessava em certos territórios chineses, um deles sendo Taiwan, devido a sua localização estratégica e recursos naturais. Esse interesse japonês acabou causando atritos entre esses países e desencadeou uma guerra que ficou conhecida como  Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895). Como a China não tinha força militar para enfrenar o Japão acabou cedendo, através do Tratado de Shimonosek, Taiwan ( e outros territórios) para o domínio do Japão, e Taiwan ficou sob seu domínio de1895 a 15 de agosto de 1945,quando a ilha retornou ao controle da República da China.

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Após isso a China permaneceu sendo governada pela dinastia Qing, quando na primeira década do século XX, começa a surgir uma série de conflitos entre dois grupos diferentes os nacionalistas e comunistas, esses atritos desencadeiam o fim da dinastia, em 1911. Os anos foram se passando e as investidas e influência dos grupos iam aumentando sob determinadas regiões da China. Em meados da década de 1930 as ofensivas de um grupo contra o outro foram se tornando mais hostis: de um lado se tinha a campanha do Partido Comunista Chinês (PCC) comandado por Mao Tsé-Tung e de outro o general Chiang Kai-shek  que liderava o  Kuomintang (um partido político conservador da China na época)
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O confronto, entretanto, foi cessado durante a segunda guerra mundial, pois a China lidava com a invasão Japonesa em seu território, e nesse momento era mais importante a união desses partidos distintos para derrotar o inimigo em comum. No ultimo ano de guerra o Japão estava enfraquecido e cedendo a pressões assinou um armistício que devolvia territórios, como Taiwan, para domínio da China.
Com o final da guerra a querela entre comunistas e nacionalistas foi se tornando cada vez mais intensa e as desavenças mais ultrajantes, a principio as tropas nacionalistas obtiveram grandes conquistas territoriais inclusive sob a capital comunista de Yan'na, mas com o passar do tempo tiveram sucessivas derrotas e o PCC sucessivas vitórias, fazendo com que em janeiro de 1949 as tropas nacionalistas fosse derrotados na batalha de Huai-Huai (perto de Xuzhou). Pequim, Nanjing e Xangai que estavam sob seu domínio caíram e ficaram sob domínio comunista. Surge, portanto a República Popular da China (RPC), que foi proclamada em 1º de outubro de 1949 e a vitória comunista completou-se quando o governo nacionalista (e as tropas de Chiang Kai-shek ) fugiram de Chongqing (RPC) para Taiwan, em dezembro daquele ano.
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Vencido pelos comunistas da China Continental e “exilado” na Ilha de Taiwan, Chiang Kai-shek reorganizou o meneio do partido nacionalista Kuomintang na ilha de Taiwan e lá podia organizar a luta contra as tropas do PCC, e lá fundou a República da China.
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Paralelo a isso ocorre a Guerra Fria, que é uma divergência de sistemas, ocorre, portanto uma polarização, de um lado os EUA capitalistas e de outro a URSS socialista. E os estados unidos com medo de uma expansão do comunismo enviam tropas para Taiwan, para avivar o governo conservador que se instala agora nessa ilha. Durante os anos que se sucederam o governo de Kai-shek foi muito autoritário (suspensão de todas as (ou parte das) liberdades fundamentais do cidadão), embora tenha sido um  período prospero economicamente e desenvolvimento de setores como saúde, educação e etc. Além disso sofria ameaças constantes de um possível ataque por parte da República Popular da China e vice-versa. Muitos países do mundo continuaram a reconhecer a República da China (Taiwan)  como governo legítimo de toda a China até aos anos 1970.
Taiwan não teve sua independência legitimada, por isso a situação de atrito ainda se mantem, e as questões politicas e jurídicas de Taiwan ainda são controversas. A República Popular da China (RPC) afirma que o governo da República da China (RC) é ilegítimo, referindo-se a ele como "Autoridade de Taiwan". A RC, no entanto, com constituição própria, presidente eleito de forma independente e forças armadas, continuam a ver-se como um Estado autêntico.
O atual governo da RC quer a unificação através do princípio "um país, dois sistemas", conforme usado em Macau e Hong Kong. Já a RPC adota a "Política de Uma China", que afirma que Taiwan e a China continental são parte do mesmo país e que o PCC é o único governo legítimo de toda a "China", o que impede o reconhecimento internacional da RC como um Estado independente.
O cenário político é de certa maneira instável devido à probabilidade de um conflito militar caso Taiwan tome iniciativas na direção de sua independência efetiva a política oficial da RPC é a de usar a força para garantir a reunificação do país Por esta razão o governo chinês mantém várias instalações militares na costa de Fujian. No entanto, nos últimos anos, a RPC vem promovendo relações pacíficas com Taiwan, pois tem nessa região interesses políticos e econômicos tomando atitudes como o reforço dos laços e acordos.
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Ilhas Artificiais da China:

Estima-se que "surgiram" cerca de quatro quilômetros quadrados de terras artificias no Mar do Sul da China. Antigamente esse local era habitado por recifes de corais que foram cobertos por areia vinda de navios chineses. Essa ação gerou muito polemica já que essa área no Mar do Sul da China não possui dono definido. Vietnã, Brunei, Malásia e Filipinas disputam com a China por esses territórios. 
A China afirma que as ilhas foram construídas com o intuito de "reafirmar seu direito indisputável" sobre as ilhas Spratly e visam a dar apoio aos soldados que patrulham as atividades civis na área, como as pesquisas científicas desenvolvidas no local.
Os demais países que disputam esses territórios com a China veem essa ação como ilegal e temem que as novas terras sirvam de recursos militares. Eles disputam essas terras, pois creem que nelas haja recursos naturais a ser explorados, não apenas nas ilhas Spratly, mas também nas ilhas Paracel e o Arrecife Scarborough.

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A China argumenta a posse dessas terras, pois já tem sido seu território por mais de dois mil anos. Já o Vietnã afirma que possuía domínio sobre essas terras até o século XVII e a China apenas as dominou na década de 1940. Os atritos entre esses países aumentaram quando, em 2014, Pequim colocou uma plataforma de perfuração de petróleo perto das águas das ilhas Paracelso.
Já as Filipinas, que também querem a posse dessas ilhas, argumentam a proximidade com essas reservas naturais. Em janeiro de 2013, o governo filipino anunciou que levaria a China a um tribunal da ONU, com base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito Marítimo.

Fim dos conflitos?
Atualmente, Taiwan possui seu governo próprio, baseado em uma democracia, possui moeda nacional, forças armadas próprias e participa ativamente do comércio nacional. Praticamente, Taiwan é um país independente, no entanto, não é reconhecido pela ONU.
Essa ilha é vista pela China como uma província rebelde, e nos últimos anos vem lutando pelo processo de reunificação efetiva, com tropas armadas vigiando a ilha desde a década de 1990 a fim de evitar um processo de independência.
Para garantir diplomaticamente dessa unidade, a Pequim propos o conceito de "um país, dois sistemas" já que atualmente, a China continental se baseia no sistema socialista e a ilha se baseia no capitalismo. 
No entanto, para agravar a situação, em 2005 foi aprovada uma lei anti-secessão na qual permite a China a atacar militarmente Taiwan caso haja alguma ameaça contra a integridade do país.
Porém, mais uma contradição que ocorre atualmente se baseia nas relações comerciais desses dois países. Em 2014, o líder taiwanês fechou um acordo na ordem de US$ 20 bilhões com Pequim. Ou seja, Taiwan, que é um dos Tigres Asiáticos, lucra muito com o comércio com Pequim e uma trégua nesse momento desencadearia uma baixa nesses lucros. Essa relação pode se tornar mais importante caso se analise a grande probabilidade da China se tornar a maior economia do mundo.

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Bibliografia:



Carolina Tomaz
Valery Helena

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