Catalunha

TEXTO 1: Catalunha no geral

Onda separatista: Catalunha

    A Catalunha, comunidade autônoma da Espanha, se localiza na região nordeste da Península Ibérica, fazendo fronteira com a França, com o Mar Mediterrâneo e com Andorra. Seu surgimento se deu por volta do século XII.
    Com o fim da Guerra de Sucessão Espanhola (1702-1714), a qual se inicia pelo direito de sucessão da coroa espanhola, em que após a morte de Carlos II (último monarca da família dos Habsburgos) foram gerados os conflitos, uma vez que o mesmo não deixou herdeiros da rainha Maria Luisa d'Orleans, que era francesa, o território catalão começou a compor, de fato, o território espanhol.
    Estagnado o conflito, a Catalunha tomou iniciativas que buscaram o avanço econômico da região, se diferenciando do restante da Espanha. Sendo uma das primeiras regiões europeias a se industrializar seguindo o modelo inglês, assim iniciou seu processo de urbanização, mudando o modo de vida das pessoas (espaço e tempo) e criando cidades desenvolvidas, como Barcelona, a capital dessa comunidade e um dos maiores centros turísticos da Península Ibérica.
    No século XIX foi acesa a chama do nacionalismo, criando uma identidade cultural da região com ideais de independência. Reconhecida a república da Catalunha por Madri em 1932, porém com o início da ditadura franquista em 1939, a mesma foi destituída de forma repressiva, proibindo até o uso do idioma catalão no território. Todavia, tal conduta só serviu para aumentar o sentimento separatista dos catalães e apenas com o fim da ditadura de Francisco Franco, o idioma voltou a ser reconhecido.
    A Espanha concedeu certa autonomia à Catalunha visando acalmar a onda da separação de parte dos catalães, no entanto, ainda há um grande sentimento separatista no local.
    Com a crise na União Européia em 2010, a economia espanhola é fortemente abalada e acaba alimentando mais ainda a vontade de independência catalã, que por sua vez, é um dos maiores centros comerciais, abrigando grandes empresas em seu território. Além disso, o presidente catalão Artur Mas afirmou que a Catalunha é a que mais contribui para a valorização do PIB espanhol, mesmo recebendo pouco investimento do governo federal.
    Apesar de todas as diferenças, nunca houve nenhum conflito armado nesses movimentos buscando a independência. Até hoje existem manifestações na região visando a separação, todas extremamente pacíficas, mesmo não havendo um consenso na população em relação à separação da Catalunha em relação a Espanha.

TEXTO 2: Relação com o futebol

Separatismo no futebol: FCB

    O separatismo na região da Catalunha está presente em diversos movimentos, mas o movimento mais forte da Catalunha é o principal time de futebol da comunidade autônoma, o FC Barcelona. Trazendo em seu brasão as cores da bandeira catalã, vermelho e amarelo, e a cruz de São Jorge, padroeiro do território o Barcelona foi criado pelo suíço Hans Kamper em 1899.
     O primeiro acontecimento o qual mostrou que o clube compactua com os ideais de independência foi na década de 20, quando o militar Primo de Rivera articula um golpe para a tomada do poder espanhol, governando o país entre 1923 a 1930. Além de proibir a fala do idioma Catalão e a bandeira, o general fechou o estádio FC Baracelona após seus torcedores cantarem o hino da Catalunha.
Porém foi no período de governo do general Franco que o clube sofreu sua maior represalha, a partir daí torcer para o Barcelona representava lutar pela liberdade, lutar pela Catalunha. O governo Franco aboliu a língua e as tradições catalãs e o time também sofreu consequências como: o prédio onde se localizava os troféus foi bombardeado, o brasão do time sofreu alterações, e o clube passou a ser dirigido por um diretor que apoiva o regime de Franco.
     Foi aí que torcer para o Barcelona era também torcer por uma Catalunha livre. Além disso o revanchismo entre Barcelona e Real Madrid é de cunho político pois o time da capital espanhola era apoiado pelo governo.
    O slogan “Mais que um clube” presente nas camisas nas bandeiras e no estádio do FC Barcelona mostram que o “Barça” não é apenas um time de futebol mas também uma ferramenta de expressão dos ideais do povo Catalão.


Igor Costa
Victor Monteiro